Os Roma em Portugal e por essa Europa dentro
Nunca estive muito atento à situação dos ciganos em Portugal.
Isto talvez porque nem cresci perto de uma comunidade de ciganos ]a comunidade mais próxima estava a pelo menos 20 km de distância[ , nem foi também um assunto que me "batesse à porta".
Mas tenho reparado cada vez mais na "discriminação aceite" em Portugal.
Não creio que nenhuma das partes fique sem culpas no cartório, mas acho que felizmente a situação tem melhorado com o passar do tempo.
É minha impressão que cada vez mais a massa jovem cigana se tenta integrar na sociedade enquanto tenta manter actuais as tradições ciganas.
Alguma comunicação social e cultural tem prestado atenção e divulgado os fenómenos de discriminação & casos de sucesso.
Dou dois exemplos recentes:
Gostei bastante da Reportagem do Fumaça sobre a comunidade cigana em Pombal.
Sóbria, informada, com a participação em primeira pessoa da comunidade cigana na peça, deixa-me a questionar como podem estas situações ainda acontecer no meu país neste século.
Devíamos fazer melhor; no fundo somos todos pessoas simplesmente a tentar (sobre)viver.
Quero também deixar a partilha deste notícia do Público sobre o fotógrafo Åke Ericson que parece ter feito um trabalho muito interessante ao fotografar comunidades ciganas espaçadas no tempo e na geografia.
“Oito anos, 18 viagens por dez países”, é o que diz no corpo da notícia.
Deixo aqui duas citações da mesma:
“É uma ideia passada de geração em geração”, justifica. “Os pais que têm uma opinião negativa acerca do povo roma transmitem-na aos seus filhos. É algo que passa em conversas corriqueiras que se têm à mesa do jantar. E é verdade que, quando as crianças e jovens saem à rua, também vêem pessoas ciganas a mendigar, o que vem confirmar a tese que lhes foi imputada; mas é um fenómeno circular.”
“Em Mitrovica [no Kosovo], há ciganos a viver em acampamentos montados sobre solos contaminados por chumbo. Em consequência, nesse local, as crianças nascem com malformações. O estado kosovar não presta qualquer tipo de auxílio a esta população.”
Todos ganhamos ao tentar compreender o que existe para além da nossa zona de atenção.
Eu tento correr esse caminho.