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Carta Fora Da Manga

Um espaço de coisas para dactilografar e hiperligar a gosto.

Carta Fora Da Manga

Um espaço de coisas para dactilografar e hiperligar a gosto.

O meu Japão

Parece que já aqui não venho há uma eternidade!

 

É o que acontece quando vou de férias: há partes de mim que não vão comigo, e este blog foi uma dessas coisas.

 

A vontade de ler também não me fez companhia.

O costume.

Quando vou de férias, ]tirando férias de Verão à beira do mar[, não levo a vontade de ler comigo.

Levo um livro e talvez lhe dê uma vista de olhos nas viagens de aviao de ida ou de volta, mas não durante.

Acontece com mais alguém?

 

Maas,

Estou de volta, e como tal quero aqui deixar umas notas das minhas últimas duas semanas que foram passadas no Japão.

 

Tive a fortuna de poder ir a esse país que tanto puxa pelo imaginário e vou assentar umas mini-observações que trago.

 

O sorriso e simpatia constantes. 

Não estava à espera de ver sorrir tantas almas japonesas que comigo interagiram.

Entrar numa loja e automaticamente ser saudado com uns amistosos (e bem audíveis) "Bem-vindo a esta loja" , ou algo do género, não num, mas em praticamente todos os estacionamentos em que entrei.

Não interessava se a loja é pequena ou grande, se os funcionários estão ocupados a repor stock ou virados para um outro assunto.

Ouvem o sinal sonoro de alguém a entrar na loja e logo exclamam uma bela recepção.

E os sorrisos continuaram por quaisquer que fossem as pessoas que interagiam comigo.

Desde pequenas interacções a conversas maiores, tanta simpatia, caramba.

De cara destapada ou por detrás das máscaras que tanto se por lá vêem.

O sorriso recebido foi uma constante e foi impossível não trazer um pouco dele comigo.

 

Não achei o Japão tão caro como me foi pintado. 

Viajar pelo Japão sim, está ao nível de alguns países da Europa.

O passe de comboio (comprei o JR Pass para 14 dias) e o preço das viagens singulares por metro ou autocarros podem fazer estragos nas carteiras.

No entanto, o custo de alimentação pode ser bastante reduzido se estivermos dispostos a não fazer refeições em restaurantes constantemente, e também o custo de estadia (no meu caso maioritariamente em hostels) não tem que ser mais caro que nas principais cidades europeias.

Gelados, doces ]tentação constante pelas montras[, não são exorbitâncias como se poderia esperar.

Se formos a um café aí pagamos bem pela bebidas, mas se formos a supermercados as bebidas saem bem baratas e são de qualidade bem aceitável: bebi muitos lattes de máquina de supermercados e aí poupei bastante,


O cuidado com os pormenores.

Desde a apresentação de qualquer montra (as de comida então...) aos detalhes mais insignificantes do dia-a-dia todos os detalhes parecem ternurosamente cuidados para nosso deleite visual e para maior utilidade.

Para os homens: quando usarem os urinóis públicos, notem no suporte ao lado do urinol para o guarda-chuva. Simples e útil, poderia ser tão mais abrangentemente usado por aqui.


Dão uma lição de como nos comportarmos nos transportes públicos.

Faz-se fila para entrar no metro, comboios & autocarros.

Não se fala ao telemóvel nos transportes públicos. 

Nem se come.

Que sossego.

É uma questão de respeito pelos outros e com a qual eu tendo a concordar. 

Se ao menos as pessoas que têm mesmo que falar ao telefone medissem o volume do seu discurso por cá, já ficaria contente.

 

O civismo é algo muito presado e enraizado.

Não nos admiramos de ver donos a passear os cães que depois apanham os dejectos dos mesmos, certo?

E se quando eles urinarem os donos puxarem da garrafa de água e a entornarem sobre a urina?

Eu aí admirar-me-ia.

Tal como me admirei no Japão quando vi isso a acontecer.

Há uns dias li um livro do David Sedaris e ele falou exactamente nesse ponto, logo não sou um caso ocidental único.

Pode até haver quem faça o mesmo pelos nosso lados ocidentais, mas acho que ainda não vi isso a acontecer.

Parece um pormenor tão pequeno, mas para mim fez tanto sentido e mostrou-me um pouco mais da maneira dos japoneses serem!

Enquanto se anda na rua não se fuma (nem é bonito comer enquanto se anda).

Existem uns espaços delimitados na rua para os fumadores.

Creio que é para mais uma vez não perturbarem os outros, não sujarem o chão nem correrem o risco de queimar alguém.

 

Isto foi parte do meu Japão.

A experiência de outras pessoas não será necessariamente a mesma, e mesmo estas linhas foram só uns retalhos do que consegui notar.

Não é uma generalização de todo, é sim uma mini-nota de viagem minha. 

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