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Carta Fora Da Manga

Um espaço de coisas para dactilografar e hiperligar a gosto.

Carta Fora Da Manga

Um espaço de coisas para dactilografar e hiperligar a gosto.

Sputnik Meu Amor

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Faz 20 anos que Harukami escreveu Sputnik Meu Amor.

 

Não foi de todo por esta efeméride que escolhi este como o primeiro livro do Harukami para ler.

Acho que foi uma promoção que apanhei há algum tempo, e bora lá é que em ano novo é para experimentarmos algo novo.

Ainda por cima tive a sorte de ser uma edição bem pequenina para transportar para o trabalho.

Pena estar com o acordo ortográfico...

 

Gostei desta leitura: tem uma escrita muito bonita e fluída, e é um livro que se lê quase num ápice.

 

Gostei do constante tom melancólico, da introspecção das personagens e amores não correspondidos mas assentes numa base de amizade sólida.

Apesar das agruras das suas personalidades, Harukami fez as personagens principais amigas umas das outras e boas pessoas também.

As personagens ouvem-se umas às outras, não querem só falar.

E isso é um excelente exemplo de ficção, se pensarmos bem no assunto!

 

Por só ter 3 personagens principais, deu para não me perder na história e deu também para o autor as criar bem estruturadas e aprofundadas.

A intersecção do realismo-mágico com o mundano é algo que encaixa bem na história, e que aprecio bastante como leitor.

 

Claro que a descrição dos locais e sítios que as personagens frequentam traz um gosto acrescentado à leitura da obra, no entanto, pessoalmente não foi daquelas leituras que me faz associar um livro a um local.

Um bom exemplo do que falo é quando penso no Inferno de Dan Brown; para mim os locais da acção estão sempre associados à obra.

 

Pelo que fui lendo de algumas críticas de leitores, este livro deverá espelhar bem o que é a narrativa habitual de Harukami, e como tal estou agora com algum receio de me desiludir com próximas leituras dele...

 

Espero por uma próxima promoção. 

A segunda-feira dos 7 Anões

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Numa altura em que Nuno Markl e a artista Marisa Silva andam a promover o seu novo livro Páginas de Livros Infantis Rejeitadas, este cartoon da The New Yorker Magazine não podia vir mais a calhar.

 

A autora é a Emily.

Emily Flake.

Que nome mais fofo, diga-se!

 

Na sua apresentação no site, a Emily declara-se uma artista híbrida: tanto faz cartoons no The New Yorker ou na revista MAD, como faz stand-up com cartoons em Powerpoint ]intrigante este último ponto!![.

 

Para quem tiver ficado curioso e só seguir o trabalho da Emily na revista ou através do seu Instagram.

 

Aqui fica o trabalho da Emily para a The New Yorker Magazine, com votos que a vossa segunda-feira seja melhor que a dos 7 anões!

Ampulheta

Não é bem um poema.

É mais um texto com forma

Daquelas coisas que aparecem na cabeça, e que não desistem até ganharem forma.

 

 

Falam-me as pessoas dos tempos do mundo!

Daquele tempo que perdi,

Do tempo vindouro.

Tic-tac tic-tac.

Tempo que escapas

Oiço mas não te sentirei.

Não digam nada, não tenho tempo a perder!

Citações há muitas.

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O que não faltam são citações por aí.

 

Mas há umas que tocam mais que outras.

Há citações que merecem ser lidas e relidas.

Que merecem ser anotadas à mão naquele bloco de notas que temos na mesa de trabalho, ou naquela gaveta atafulhada.

 

Deixo aqui algo que vi pelo Instagram.

 

Charles Bukowski //

 

"I always resented all the years, the hours, the minutes I gave them as a working stiff, it actually hurt my head, my insides, it made me dizzy and a bit crazy... I couldn’t understand the murdering of my years yet my fellow workers gave no signs of agony, many of them even seemed satisfied, and seeing them that way drove me almost as crazy as the dull and senseless work. The workers submitted. The work pounded them to nothingness, they were scooped-out and thrown away. I resented each minute, every minute as it was mutilated and nothing relieved the monotonous ever-structure. I considered suicide. I drank away my few leisure hours. I worked for decades... I knew that I was dying. Something in me said, go ahead, die, sleep, become them, accept. Then something else in me said, no, save the tiniest bit. It needn’t be much, just a spark. A spark can set a whole forest on fire. Just a spark. Save it. I think I did. I’m glad I did. What a lucky god damned thing."

 

 

post original:      https://www.instagram.com/p/Brf0gDWHyVv/

Land Of The Free

A minha música da semana foi o regresso dos The Killers aos inéditos com força social.

 

Com as músicas de Natal que criaram durante vários anos cujos proveitos iam para caridade, devem ser uma das bandas que mais contribuiu para projectos de solidariedade 

 

Com o projecto das músicas de Natal terminado, voltaram com uma música de pendor mais político : Land Of The Free.

 

Normalmente uma banda apolítica, o vocalista Brandon Flowers começou a escrever a música após o atentado Sandy Hook Elementary School em 2012.

"Eu começava a canção e punha-a a de lado, e dizia que não era o tipo de pessoa que faz isto", explica Brandon Flowers a Zane Lowe no seu programa em Inglaterra. 

 

Mas nestes tempos tão intensos, mudaram-se os hábitos para transmitir a mensagem e publicaram a música.

 

Apesar de focada na realiadade americana, podemos percebê-la facilmente do lado de cá do Atlântico e transpô-la para a realidade europeia.

 

Para o videoclipe colaboraram com Spike Lee, que dispensa apresentações.

 

Para mim não é uma música tão boa quanto o seu significado, mas merece lugar de destaque para reflexão.

 

Os Roma em Portugal e por essa Europa dentro

Åke Ericson : Non Grata

 

Nunca estive muito atento à situação dos ciganos em Portugal.

 

Isto talvez porque nem cresci perto de uma comunidade de ciganos ]a comunidade mais próxima estava a pelo menos 20 km de distância[ , nem foi também um assunto que me "batesse à porta".

 

Mas tenho reparado cada vez mais na "discriminação aceite" em Portugal.

 

Não creio que nenhuma das partes fique sem culpas no cartório, mas acho que felizmente a situação tem melhorado com o passar do tempo.

 

É minha impressão que cada vez mais a massa jovem cigana se tenta integrar na sociedade enquanto tenta manter actuais as tradições ciganas.

 

Alguma comunicação social e cultural tem prestado atenção e divulgado os fenómenos de discriminação & casos de sucesso.

 

Dou dois exemplos recentes:

 

Gostei bastante da Reportagem do Fumaça sobre a comunidade cigana em Pombal.

 

Sóbria, informada, com a participação em primeira pessoa da comunidade cigana na peça, deixa-me a questionar como podem estas situações ainda acontecer no meu país neste século.

 

Devíamos fazer melhor; no fundo somos todos pessoas simplesmente a tentar (sobre)viver.

 

Quero também deixar a partilha deste notícia do Público sobre o fotógrafo Åke Ericson que parece ter feito um trabalho muito interessante ao fotografar comunidades ciganas espaçadas no tempo e na geografia.

 

Oito anos, 18 viagens por dez países”, é o que diz no corpo da notícia.

 

Deixo aqui duas citações da mesma:

 

“É uma ideia passada de geração em geração”, justifica. “Os pais que têm uma opinião negativa acerca do povo roma transmitem-na aos seus filhos. É algo que passa em conversas corriqueiras que se têm à mesa do jantar. E é verdade que, quando as crianças e jovens saem à rua, também vêem pessoas ciganas a mendigar, o que vem confirmar a tese que lhes foi imputada; mas é um fenómeno circular.”

 

“Em Mitrovica [no Kosovo], há ciganos a viver em acampamentos montados sobre solos contaminados por chumbo. Em consequência, nesse local, as crianças nascem com malformações. O estado kosovar não presta qualquer tipo de auxílio a esta população.”

 

Todos ganhamos ao tentar compreender o que existe para além da nossa zona de atenção.

 

Eu tento correr esse caminho.

Hidden Brain - Podcast

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Vou começar com uma introdução.

Adoro podcasts.
São uma companhia diária.
Oiço quando vou para o trabalho, quando regresso, muitas vezes mal acordo enquanto me preparo... acho que deu para perceber a ideia.

Como tal, vou falar muitas vezes sobre eles!

Hoje vou falar sobre o Hidden Brain.

Hidden Brain helps curious people understand the world – and themselves. Using science and storytelling, Hidden Brain reveals the unconscious patterns that drive human behavior, and the biases that shape our choices.

 

Ainda só ouvi o primeiro episódio, e pelo que percebi esta série parece falar sobre peculiaridades e "segredos" do cérebro humano.


O episódio 1 fala, por exemplo, da importância de pequenos rituais diários, fala sobre switchtracking  ]toca a ouvir para perceber![, e pelo meio mete um facto delicioso sobre "conversas com a esposa" , magia e uma improviso músico-científico! 

 

Entre os prémios que ganhou encontram-se um Kavli Science Journalism Award para a Associação Americana para o Avanço da Ciência, um Prémio Edward R. Murrow por Excelência em Mídias Sociais, entre outros.

 

Vou continuar a seguir esta série com atenção.

 

Fica a dica!

 

Quem não gosta saber mais sobre o cérebro? Mmm?

Kidding

Não espero fazer muitas críticas, mas em alturas de Globos De Ouro quis deixar este apreço.

Não sou bom a falar das coisas que vejo, mas sei quando gosto e quando não gosto.

E neste caso adorei.

 

Pode-se encarar Kidding como um caso de “Quando o Mr. Rogers interage com o lado negro da vida.”

Jim Carrey é Jeff Pickles, um apresentador de televisão que usa fantoches para transmitir ensinamentos aos mais jovens, que perde um filho, separa-se da esposa e se vê a cair numa espiral numa espiral negativa.

Tudo isto enquanto tenta ser pai do filho sobrevivente, homem, figura pública e levar uma vida aparentemente normal.

 

Jim Carrey consegue fazer as expressões faciais que quer, isso é algo que sabemos. Vai desde o cómico-maníaco até ao depressivo-maníaco ]o maníaco é denominador comum a Carrey para mim, talvez o que o distinguiu tanto dos restantes ao longo da carreira[.

Acho que não é possível não relacionar a fase depressiva da vida de Carrey com a do Mr. Pickles: a morte da namorada/a morte

de um filho.

Este foi um ponto de grande interesse para mim: tentar ver semelhanças entre o Jim Carrey e o Jeff Pickles, e acho que o será para muitos outros fãs.

 

A série começa de maneira algo demorada nos primeiros 4/5  episódios, e a partir daí parte para algo que nos faz antecipar em que ponto acabará o Mr. Pickles.

Ver o Mr. Pickles a lutar com a negatividade do mundo á sua volta é admirável.

Morte, fluidez de género, homossexualidade num casal heterossexual,

Mas o programa não vive só do Jim Carrey: a personagem da irmã interpretada pela Catherine Keener é igualmente um deleite de observar.

 

Fica assim a dica em altura de prémios.

 

P.S.  Atentem nest clip:

https://www.youtube.com/watch?v=w_YeNw0N8aE

Aquele Convívio

Este post vem da leitura do artigo que deixo no fim do corpo do texto.

Não dirá muito a quem não seja ou tenha passado por Aveiro.

Mas mesmo assim, poderá falar a quem gosta do simbolismo daquele café icónico da "sua" cidade.

No meu caso, esse ícone  é o café Convívio.

A Outra instituição de Aveiro.

 


Poucos alunos sairão de Aveiro sem saber o que é o Convívio.
Aliás, pouca gente sairá de Aveiro sem saber o que é o Convívio.
Tive o privilégio de passar os meus quatro anos de universitário a morar no Bairro do Liceu, a escassos minutos do Convívio.
Não fui o frequentador mais assíduo do café, nem deixava de pousar as malas de fim-de-semana em casa antes de lá ir.
Mas aproveitei bem esta proximidade com o café e pude partilhá-lo com os amigos.
Desde a francesinha que dividia opiniões, à cabidela que eu gostava bastante, a inúmeros cafezinhos (e eu que comecei em cariocas no primeiro Inverno como lodo e terminei em finos, pois então!!) com a malta do costume, tão fundamentais especialmente quando andávamos dispersos nos nossos estágios hospitalares, sem deixar de lembrar a mui constante falta de sorrisos de alguns dos funcionários (o meu lado rústico aprecia esses maneirismos quando regresso a Casa), é muita coisa boa que o Convívio traz à memória.

 

Instituições assim dão alma as cidades.

Numa altura de franchises, cartões de fidelidade e máquinas caseiras de café e até finos, locais como este revestem-se de maior significância para o sentimento de pertença das gentes de moram ou simplesmente (como eu) passam por um local.

Todas as cidades têm os seus.

Em Coimbra lembro-me do Couraça, mas muitos outros deverão existir.

Gosto que não se percam.

Não me importo que lavem a cara e mudem de poiso, mas não podem deixar de existir.
É bom ler que a tradição continua a mesma e transversal ao diferente povo da cidade apesar das mudanças.

Ainda não pude espreitar o novo Convívio, mas está na lista.

https://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?c=56908&lg=pt

 

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