Sputnik Meu Amor
Faz 20 anos que Harukami escreveu Sputnik Meu Amor.
Não foi de todo por esta efeméride que escolhi este como o primeiro livro do Harukami para ler.
Acho que foi uma promoção que apanhei há algum tempo, e bora lá é que em ano novo é para experimentarmos algo novo.
Ainda por cima tive a sorte de ser uma edição bem pequenina para transportar para o trabalho.
Pena estar com o acordo ortográfico...
Gostei desta leitura: tem uma escrita muito bonita e fluída, e é um livro que se lê quase num ápice.
Gostei do constante tom melancólico, da introspecção das personagens e amores não correspondidos mas assentes numa base de amizade sólida.
Apesar das agruras das suas personalidades, Harukami fez as personagens principais amigas umas das outras e boas pessoas também.
As personagens ouvem-se umas às outras, não querem só falar.
E isso é um excelente exemplo de ficção, se pensarmos bem no assunto!
Por só ter 3 personagens principais, deu para não me perder na história e deu também para o autor as criar bem estruturadas e aprofundadas.
A intersecção do realismo-mágico com o mundano é algo que encaixa bem na história, e que aprecio bastante como leitor.
Claro que a descrição dos locais e sítios que as personagens frequentam traz um gosto acrescentado à leitura da obra, no entanto, pessoalmente não foi daquelas leituras que me faz associar um livro a um local.
Um bom exemplo do que falo é quando penso no Inferno de Dan Brown; para mim os locais da acção estão sempre associados à obra.
Pelo que fui lendo de algumas críticas de leitores, este livro deverá espelhar bem o que é a narrativa habitual de Harukami, e como tal estou agora com algum receio de me desiludir com próximas leituras dele...
Espero por uma próxima promoção.